Enquanto
multinacional de artigos esportivos oferece patrocínio para atletas
que resolvam assumir a homossexualidade, torcedores gays e
simpatizantes tentam combater o preconceito no futebol por meio da
internet.
A legalização do
casamento homossexual na França — o país é o 14º a aprovar a
união entre pessoas do mesmo sexo — tornou-se mais um passo na
busca para acabar com a homofobia pelo mundo. O esporte também trava
a sua batalha contra a discriminação. Gay assumido, Rick Welts,
presidente do Golden State Warriors, time da NBA, contou em
entrevista à gigante da comunicação Bloomberg que a Nike — maior
patrocinadora esportiva do planeta — tem apoiado iniciativas de
revelação de homossexualidade em público. De acordo com ele, a
empresa colocaria em foco as oportunidades positivas que poderiam
aparecer a partir disso.
A declaração de Welts à
imprensa tem repercutido muito entre atletas. Tanto que a pioneira no
UFC feminino Liz Carmouche se apressou em reforçar no Twitter
ser homossexual. Ela disse que adoraria um novo patrocínio. Na rede
social, a lutadora escreveu: “Nike, se vocês estão procurando uma
atleta gay para patrocinar, eu sou a primeira assumida do UFC. Lutei
no primeiro combate feminino do mundo”. Carmouche, entretanto,
não está sozinha nas artes marciais mistas. A transexual
Fallon Fox já causou polêmica. Alguns acreditam que ela deveria
lutar na categoria masculina, enquanto outros defendem a atuação
na categoria feminina.
A declaração de Welts à
imprensa tem repercutido muito entre atletas. Tanto que a pioneira no
UFC feminino Liz Carmouche se apressou em reforçar no Twitter
ser homossexual. Ela disse que adoraria um novo patrocínio. Na rede
social, a lutadora escreveu: “Nike, se vocês estão procurando uma
atleta gay para patrocinar, eu sou a primeira assumida do UFC. Lutei
no primeiro combate feminino do mundo”. Carmouche, entretanto,
não está sozinha nas artes marciais mistas. A transexual
Fallon Fox já causou polêmica. Alguns acreditam que ela deveria
lutar na categoria masculina, enquanto outros defendem a atuação
na categoria feminina.
O especialista em
marketing esportivo Paulo Henrique Azevêdo define a
estratégia da Nike como 90% mercadológica e 10% social. “Pessoas
favoráveis a esses movimentos estarão mais simpáticas à empresa,
que pode vender mais, mas não sei em que medida isso pode ser um
benefício para atletas”, analisa. De acordo com ele, a marca pode,
inclusive, acabar financiando a carreira de competidores
heterossexuais que se proclamarão gays apenas para conseguir
patrocínio.
Na opinião de Azevêdo,
ser talentoso ainda é suficiente para se obter o patrocínio de uma
grande marca. “Se eles apoiarem um atleta ruim que se assumiu gay,
isso é puramente mercadológico. O que eles querem é patrocinar
alguém que fidelize o cliente”, diz. Os benefícios, de acordo com
o especialista, ficam apenas para a empresa. “Talvez alguns atletas
não estejam bem em esconder a homossexualidade, mas eu realmente não
entendo como uma pessoa pode se beneficiar com a jogada da Nike.”
Anonimato
Enquanto para
esportistas assumir a condição de gay tem se tornado cada vez mais
comum, o mesmo não acontece entre os torcedores. O anonimato tem
sido usado por eles para criar perfis no Facebook com o objetivo de
combater o preconceito. Tudo começou com a página “Galo Queer”,
no ar há cerca de duas semanas. “Fui ao estádio e fiquei muito
incomodada com a naturalidade com a qual a homofobia é tratada e
praticada”, conta a criadora do perfil, que não quis se
identificar.
O que ela não imaginava
era que tantas mensagens de amor e ódio iam se propagar tão
rapidamente a partir da sua página. O perfil tem 5 mil curtidas e
deu origem a pelo menos mais 10 do gênero. “Ficamos muito felizes
de ver que o movimento se espalhou. Pelo visto, havia uma demanda
reprimida de um movimento como esse”, explica a internauta. Se por
um lado o incentivo anima, por outro, a violência ainda assusta.
“Foram muitas as mensagens de ódio, muitas ameaças.”
A ideia é que o
movimento chegue aos estádios e às torcidas organizadas. “Temos
que fazer isso de forma segura, então, acreditamos que esse ainda
não é o momento. Trabalhar a questão com o clube também está
entre as nossas vontades. Vamos ver se dá certo”,
comenta.
Se uma página chamada
“Galo Queer” já criou tanta controvérsia, imagine a “Bambi
Tricolor”, criada por uma são-paulina para combater o preconceito
contra torcedores da equipe do Morumbi.
No perfil, Aline — que
prefere não divulgar o sobrenome — escreveu: “Se, até agora,
Bambi foi um apelido usado para discriminar, por que não adotá-lo
com orgulho e desarmar o preconceito?”. Aline conta que não tem
sido fácil administrar as reações dos torcedores. “Tem gente
achando que eu sou corintiana, ofendendo, mas acho que foi muito
positivo o uso da palavra ‘Bambi’. É um jeito de neutralizar as
ofensas”, comenta a professora. Ela se diz assustada com a
violência nos estádios. “Senti na pele a homofobia
naturalizada. A aversão está lá. O futebol ainda é
machista e homofóbico.”
Para o criador da página
Bahia Livre, que também não quis se identificar, o anonimato ajuda
na hora de promover uma torcida sem homofobia. “É um ambiente que
dá segurança para iniciar essa luta, mantém o anonimato dos
integrantes, mas uma hora precisaremos nos organizar
presencialmente”, afirma.
CorreioWeb –
Superesportes
Comportamento
Jornalista
Thaís Cunha - Especial para o
Correio
Publicação: 24/04/2013
11:29 - Atualização: 24/04/2013 11:58
Um comentário:
Concordo plenamente com as suas afirmações, caro amigo Paulo Henrique. O grande talento desportivo será sempre o ponto máximo para ser valorizado, o ponto chave para a conquista de um patrocinador. Não se cabe 'achismos' em situações como essa.
Grande abraço.
Roberto Abreu
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