Diagnosticado
com autismo aos 15 anos, formado em geografia e pesquisador da UnB,
Daniel de Boni lista momentos olímpicos inesquecíveis
Daniel de Boni (Fotografia de Alexandre Loureiro/Exemplus/COB ) |
Pesquisador
do Laboratório Gesporte da Universidade de Brasília (UnB), formado
em Geografia, e, principalmente, um verdadeiro entusiasta dos Jogos
Olímpicos, Daniel de Boni Lima é um dos 300 voluntários que ajudam
em todas as áreas do Comitê Organizador dos Jogos Escolares da
Juventude Brasília 2017. Para aprender ainda mais sobre o Movimento
Olímpico, Daniel não perde tempo e em todos os momentos de folga
doa seu tempo e conhecimento para garantir o sucesso da maior
competição escolar do país.
“Assim
como os Jogos Olímpicos de Inverno e de Verão, os Jogos Escolares
da Juventude são a geografia na prática. Uso a teoria da geografia,
a evolução do conhecimento geográfico para explicar os Jogos
Olímpicos e com o Olimpismo eu explico a geografia. Fui voluntário
também no Rio 2016. Vi a história acontecer diante dos meus olhos.
Minha família me estimula a trabalhar com isso, viver isso. Meu pai
era contra o Movimento Olímpico, mas quando fomos para Lausanne, na
Suíça, em 2014, para conhecer o Tomas Bach (presidente do Comitê
Olímpico Internacional), ele mudou a sua opinião.
Não
consegui conhecê-lo, mas fomos muito bem recebidos no COI, conheci
como funciona a logística dos Jogos Olímpicos de Inverno, ganhei
algumas lembranças, foi inesquecível”, lembrou Daniel.
Daniel
foi diagnosticado com autismo, um transtorno de desenvolvimento que
afeta a capacidade de se socializar e de se comunicar com eficiência,
aos 15 anos. Mas quem vê e conversa com ele sequer imagina qualquer
problema. “Claro que não afeta em nada. Algumas coisas na minha
educação foram mais complicadas, mas nada extraordinário”,
afirmou Daniel.
Muito
falante, conhecedor de diversos assuntos e com uma memória incrível,
Daniel não para um minuto sequer. Nos Jogos Escolares da Juventude
ajudou no setor de materiais, de sustentabilidade e atualmente está
tabulando os dados de uma pesquisa que traça o perfil dos 4 mil
atletas participantes da competição, denominada “Formando
Campeões”. Com 30 anos de idade, Daniel listou os seus três
momentos inesquecíveis dos Jogos Olímpicos.
“O
primeiro foi a Cerimônia de Abertura de Barcelona, eu tinha cinco
anos e ali me apaixonei pelos esportes. O segundo foi quando o Rio
ganhou o direito de sediar os Jogos Olímpicos, no dia 2 de outubro
de 2009. Dei um grito que o prédio inteiro ouviu. Achei que eu ia
ter um enfarto. No mesmo ano a Dinamarca sediou a COP (Conferência
das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que aconteceu em
dezembro) e eu estava no oitavo semestre do curso de geografia,
impossível esquecer. E o terceiro foi quando o avião com a Tocha
Olímpica passou pela janela do meu quarto. Foi um dia lindo, o sol
estava nascendo naquele exato momento”, recordou o voluntário.
Os
Jogos Escolares da Juventude são organizados e realizados pelo
Comitê Olímpico do Brasil (COB), correalizados pelo Ministério do
Esporte e Grupo Globo, com patrocínio da Coca-Cola e apoio da
Estácio e do Governo de Brasília.
Reportagem do site
COB
- 24/11/2017 15:46
Nenhum comentário:
Postar um comentário