Dívidas dos Clubes
Graças
à união de torcedores, Vasco consegue abater R$ 1 milhão do total
de seus débitos. Fãs de Flamengo e Botafogo seguem o exemplo dos
cruz-maltinos na ajuda aos respectivos clubes. Especialista reprova a
iniciativa.
Torcedores
do Vasco — pioneiros na estratégia de união de fãs para ajudar
times a pagarem suas dívidas — estão perto de atingir a marca de
R$ 1 milhão de arrecadação — valor abatido nos débitos do
cruz-maltino. Há quase um ano e meio, um grupo de torcedores começou
a campanha “Vasco Dívida Zero”. Hoje, o projeto tem a adesão de
mais de 15 mil pessoas e já pagou 11 débitos do clube. No mesmo
caminho, outras torcidas, entre elas os rivais flamenguistas, também
adotaram a vaquinha para tentar diminuir os rombos financeiros dos
times.
Um
dos idealizadores da campanha pelo cruz-maltino, Fernando Veiga, 54
anos, afirma que o grupo tinha a expectativa de recolher mais, ainda
que a cifra — para uma arrecadação espontânea e voluntária —
seja significativa. “Pelo tamanho da torcida, a gente esperava um
rendimento melhor. Mas há vários motivos. O time não está em boa
situação, caiu para a segunda divisão, e a administração do
clube não transmite confiança, recebe muitas críticas”,
argumenta.
Contrário ao envolvimento dos torcedores nas dívidas dos clubes, Paulo Henrique Azevêdo, professor da Universidade de Brasília e especialista em marketing e gestão do esporte, define a estratégia como “totalmente emocional”. “É uma resposta errada. O torcedor, que já consume produtos, não pode pagar por uma gestão ruim e, às vezes, até desonesta”, defende. “Os dirigentes é que precisam responder pelos débitos, até com o seu próprio patrimônio. Eles têm toda autonomia na gestão, assim também devem responder por ela sem recorrer ao torcedor.” Para o especialista, os maus resultados das agremiações e as provocações dos adversários pressionam a torcida, que sai em busca de uma solução por conta própria.
Contrário ao envolvimento dos torcedores nas dívidas dos clubes, Paulo Henrique Azevêdo, professor da Universidade de Brasília e especialista em marketing e gestão do esporte, define a estratégia como “totalmente emocional”. “É uma resposta errada. O torcedor, que já consume produtos, não pode pagar por uma gestão ruim e, às vezes, até desonesta”, defende. “Os dirigentes é que precisam responder pelos débitos, até com o seu próprio patrimônio. Eles têm toda autonomia na gestão, assim também devem responder por ela sem recorrer ao torcedor.” Para o especialista, os maus resultados das agremiações e as provocações dos adversários pressionam a torcida, que sai em busca de uma solução por conta própria.
No mesmo caminho
Torcedores
do Botafogo e Flamengo também tomaram a iniciativa de arrecadar
dinheiro para arcar com parte das dívidas dos seus times. O “Fla
em dia” arrecadou até a tarde de ontem mais de R$ 430 mil. Desde
que surgiu, em julho deste ano, a proposta recebeu o apoio de Zico,
do presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, e de quase 16 mil
doadores. Já a torcida alvinegra, que iniciou a campanha “Botafogo
sem dívidas” no fim de 2013, conseguiu coletar uma quantia mais
modesta: cerca de R$ 135 mil, custeados por 4.311 doadores.
Saiba
mais
Pagamento
a União
O
meio para pagamento usado pelas campanhas é o Darf (Documento de
Arrecadação de Receitas Federais). Dessa maneira, o torcedor
escolhe uma das dívidas dos clubes e paga diretamente à União um
valor (a partir de R$10,00). Em seguida, a quantia é abatida do
valor devido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário