Documento
representa o compromisso de cada cidade
com projetos considerados imprescindíveis para o evento.
com projetos considerados imprescindíveis para o evento.
»Agência
Brasil
Em sete
anos de preparação para a Copa do Mundo, a Matriz de
Responsabilidade sofreu uma série de alterações. Na última, em
novembro de 2013, 14 obras foram retiradas do documento, que
representa o compromisso de cada cidade com projetos considerados
imprescindíveis para o torneio. Dentre as obras retiradas da matriz,
a maioria trata de mobilidade urbana. De acordo com o Ministério do
Esporte, no entanto, nenhuma dessas obras deixará de ser concluída.
“As
obras excluídas da matriz passam a fazer parte do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e serão entregues à população,
pois são projetos, em sua maioria, já previstos pelo Poder Público
para melhorar a infraestrutura e os serviços de transportes nas
cidades”, explicou o órgão, por meio de sua assessoria.
Na
opinião de Paulo Henrique Azevêdo, coordenador do Laboratório de
Gestão do Esporte - GESPORTE, da Universidade de Brasília (UnB),
faltou um planejamento maior ao Brasil. “Tudo que nós observamos
de benefícios, de falhas e de impacto que a Copa está
proporcionando se relaciona com gestão, uma atividade fundamental
para esse tipo de evento. Nós temos problemas para fazer uma série
de tarefas onde, inclusive, não faltam recursos”.
Azevêdo
cita a tentativa brasileira de sediar as Olimpíadas de 2000 como um
exemplo do que poderia ter sido feito. Ele acredita que um grande
projeto, com previsão de vários eventos esportivos ao longo dos
anos, daria mais garantia aos comitês desses jogos e, também, ao
próprio país, de que tudo sairia como o previsto.
“Para
os jogos de 2000 não vingou, mas olha quanto tempo se passou.
Poderíamos ter feito um projeto consistente para o Pan-Americano de
2007, para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas [de 2016]. Se o país
apresenta um projeto para 2007, já sinalizando que pretende pleitear
eventos maiores, as chances de ganhar se ampliam. Além disso, fica
muito mais fácil entender que é um projeto sério, plausível”,
analisa o coordenador.
Paulo
Henrique entende que um dos maiores legados da Copa é justamente a
consciência da necessidade de investimentos em gestão, em
planejamento a longo prazo. Para ele, os problemas ocorridos na
preparação da Copa de 2014, pode ser um aprendizado para outro
evento de grande porte que ocorrerá no país: as Universíades de
2019. “A equipe responsável por planejar as Universíades de 2019
deveria se reunir no começo de 2014 para tratar do evento. As coisas
não podem acontecer quando a imprensa começar a pressionar,
questionando se vai dar tempo. Não pode ser assim, na pressão. Tem
que ser na organização”.
Azevêdo
acredita que o Brasil sairá fortalecido da Copa do Mundo e que a
população não veria tantas melhorias em tão pouco tempo. “Obras
de saneamento básico nas capitais, estrutura de transporte,
aeroportos. Se não houvesse essa Copa, nós dificilmente estaríamos
nos mobilizando e pressionando para a coisa acontecer”.
“Um
dos maiores legados da Copa é justamente a consciência da
necessidade de investimentos em gestão, em planejamento a longo
prazo” (Paulo Henrique Azevêdo).
Essa
opinião é compartilhada por gestores das cidades sede, como o
secretário estadual para Assuntos da Copa do Mundo da Bahia, Ney
Campello. Ele explica que as obras do metrô de Salvador não estavam
previstas na Matriz de Responsabilidade. O que havia era uma obra
para 19km de Transporte Rápido por Ônibus (BRT), que saiu da matriz
e foi substituído, no PAC, pelo metrô. “Não temos o metrô na
matriz, mas a agenda do evento atuou acelerando esses projetos. Para
a Copa teremos 7,5 quilômetros [km] de metrô funcionando, de uma
malha metroviária total de 34 km”.
O
secretário especial da Copa 2014 no Ceará, Ferruccio Feitosa,
também crê que o estado não seria teria o volume atual de
investimentos sem a Copa. “Um dos grandes legados do Mundial é
acelerar o aporte de investimentos para Fortaleza e para o estado. Em
ritmo normal, caso a cidade não tivesse sido contemplada como sede,
o volume de recursos e a velocidade desse repasses seriam menores”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário