O início da Copa do Mundo de Futebol de 2010, na África do Sul, registra a contagem regressiva para a transmissão de responsabilidade para o Brasil, o próximo responsável pela organização dessa competição. Após a partida final da atual disputa, no dia 11 de julho, o nosso país passará a ter toda a atenção mundial pela série de grandes eventos pela qual terá incumbência e, dependendo do posicionamento político, ideológico, econômico, dentre outros, poderá gerar pelo menos três tipos de posicionamentos pela sociedade brasileira.
Para os mais pessimistas, estamos assumindo responsabilidades que não temos condições de cumprir; vamos deixar de investir em políticas sociais e distribuir recursos para a iniciativa privada, principalmente para as grandes empresas globais; haverá um incremento na dívida interna; além de diversas outras argumentações.
Para os mais otimistas, o Brasil irá avançar definitivamente para o progresso; os denominados “legados” representarão uma consolidação do esporte brasileiro em nível mundial e serão observadas expressivas melhoras nas condições de saneamento básico, transporte, serviço de hotelaria, atividades culturais, turísticas e sociais.
Para os que possuem um entendimento mais realista, pode-se antever o ingresso do Brasil num desafio tão grande como o de assumir o encargo de realizar uma sequência de mega eventos esportivos nunca antes experimentada por qualquer outra nação. Em 2011, teremos os Jogos Mundiais Militares, em 2014 haverá a Copa do Mundo de Futebol e, em 2016 serão realizados os Jogos Olímpicos e os Jogos Paraolímpicos. Objetivamente muita coisa terá que ser mudada no país para se cumprir as exigências feitas pelas organizações responsáveis por esses eventos e as volumosas tarefas estão previstas no denominado “caderno de encargos” e que, a despeito de ter um caráter mercantilista, também exige inúmeros resultados em âmbito social.
Isso tudo, porque, a partir do dia 11 de julho, o Brasil iniciará um ciclo esportivo que o colocará em destaque perante toda a sociedade mundial, por protagonizar os maiores espetáculos do mundo esportivo. Talvez o nosso país possa experimentar pela primeira vez, o que podemos denominar “ciclo virtuoso do esporte”, como agente impulsionador de desenvolvimento.
O demonstrativo abaixo apresentado visa facilitar a compreensão sobre os mega eventos que serão organizados e realizados pelo Brasil, após a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
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2011
- V Jogos Mundiais Militares
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2012
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2013
- Copa das Confederações FIFA
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2014
- Copa do Mundo de Futebol
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2015
- Início das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2016
- Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
- Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro
- Continuação das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018
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2017 e em diante
- Etapa final das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2020
- A partir de 2017 deve ser consolidado um calendário para o esporte brasileiro
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É importante ressaltar que no quadro acima não estão citados eventos em nível sulamericano, panamericano e mundial, de modalidades esportivas importantes como voleibol, basquetebol, atletismo e handebol. Somados, os eventos representam expressivo incremento na economia nacional, e mais, possibilidades de intercâmbio com outras nações e melhoras em infraestruturas, com atendimento às coletividade brasileira.
Os resultados que verdadeiramente interessam ao nosso país, somente serão perseguidos e alcançados, caso se entenda – de maneira inequívoca – o papel de toda sociedade em preparar e utilizar quadros competentes que possam planejar e executar, para além das exigências esportivas; ações que representem o provimento de parcela de carências de nossa sociedade empregando-se o esporte como agente nesse processo. O esporte sozinho, não fará nenhum milagre, mas, a partir do momento em que a sociedade exigir de nossos governantes, quadros qualificados e comprometidos de gestores esportivos, a tendência é a de obtermos resultados muito mais próximos daqueles almejados. Isso tudo se inicia pelo processo eleitoral e que, coincidentemente, ocorre nesse momento, já que a escolha dos representantes da sociedade nos poderes executivo e legislativo desempenhará papel fundamental no cumprimento da tarefa que já é iminente.
Para se balizar uma discussão econômica inicial sobre reflexos da Copa do Mundo de 2014 sobre a captação de recursos no futebol brasileiro, estudos realizados pela auditoria Crowe Horwath RCS, preveem que o mercado brasileiro de futebol terá progressivo aumento das receitas, passando de R$ 1,9 bilhão em 2009, para R$ 3 bilhões em 2014. Projeções de crescimento tem sido registradas para a maioria dos esportes praticados no Brasil.
O “círculo virtuoso”, já mencionado, poderá possibilitar, também, a consolidação do Brasil no cenário esportivo, disseminando o esporte enquanto uma política de Estado e não apenas em compromissos transitórios de governos.
Assim, o ponto de partida para a consecução dos melhores objetivos é o início de conscientização sobre a relevância da gestão do esporte, ou seja, de todo o processo de planejamento e consecução de políticas públicas e privadas para o esporte, o que somente será passível de êxito, caso seja desenvolvido por gestores profissionais, qualificados e comprometidos com resultados sociais, para que se reflitam no verdadeiro desenvolvimento do Brasil.
Mas, qual o valor que a sociedade brasileira atribui à gestão profissional do esporte?
Paulo Henrique Azevêdo
Licenciado em Educação Física, mestre em Administração e doutor em Ciências da Saúde. Professor Adjunto IVda Universidade de Brasília, onde é coordenador geral da Escola Internacional de Futebol da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e credenciado nos Programas de Pós-Graduação em Educação Física e em Ciências da Saúde. É líder do grupo de pesquisa GESPORTE e presidente da Comissão Científica, da Associação Brasileira de Gestão do Esporte (ABraGEsp). Organizou e coordenou 27 eventos em nível internacional, regional e local.
Texto publicado conforme referência bibliográfica abaixo.
AZEVÊDO, Paulo Henrique. A Copa do Mundo de 2010 e os reflexos para o Brasil de 2014 e 2016. Revista da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília, Brasília, DF, ano 1, n. 1, p. 23-24, jun. 2010.
Para os mais pessimistas, estamos assumindo responsabilidades que não temos condições de cumprir; vamos deixar de investir em políticas sociais e distribuir recursos para a iniciativa privada, principalmente para as grandes empresas globais; haverá um incremento na dívida interna; além de diversas outras argumentações.
Para os mais otimistas, o Brasil irá avançar definitivamente para o progresso; os denominados “legados” representarão uma consolidação do esporte brasileiro em nível mundial e serão observadas expressivas melhoras nas condições de saneamento básico, transporte, serviço de hotelaria, atividades culturais, turísticas e sociais.
Para os que possuem um entendimento mais realista, pode-se antever o ingresso do Brasil num desafio tão grande como o de assumir o encargo de realizar uma sequência de mega eventos esportivos nunca antes experimentada por qualquer outra nação. Em 2011, teremos os Jogos Mundiais Militares, em 2014 haverá a Copa do Mundo de Futebol e, em 2016 serão realizados os Jogos Olímpicos e os Jogos Paraolímpicos. Objetivamente muita coisa terá que ser mudada no país para se cumprir as exigências feitas pelas organizações responsáveis por esses eventos e as volumosas tarefas estão previstas no denominado “caderno de encargos” e que, a despeito de ter um caráter mercantilista, também exige inúmeros resultados em âmbito social.
Isso tudo, porque, a partir do dia 11 de julho, o Brasil iniciará um ciclo esportivo que o colocará em destaque perante toda a sociedade mundial, por protagonizar os maiores espetáculos do mundo esportivo. Talvez o nosso país possa experimentar pela primeira vez, o que podemos denominar “ciclo virtuoso do esporte”, como agente impulsionador de desenvolvimento.
O demonstrativo abaixo apresentado visa facilitar a compreensão sobre os mega eventos que serão organizados e realizados pelo Brasil, após a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
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2011
- V Jogos Mundiais Militares
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2012
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2013
- Copa das Confederações FIFA
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2014
- Copa do Mundo de Futebol
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2015
- Início das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2016
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2016
- Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
- Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro
- Continuação das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018
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2017 e em diante
- Etapa final das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018
- Competições nacionais e internacionais de diversas modalidades, vistas às Olimpíadas de 2020
- A partir de 2017 deve ser consolidado um calendário para o esporte brasileiro
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É importante ressaltar que no quadro acima não estão citados eventos em nível sulamericano, panamericano e mundial, de modalidades esportivas importantes como voleibol, basquetebol, atletismo e handebol. Somados, os eventos representam expressivo incremento na economia nacional, e mais, possibilidades de intercâmbio com outras nações e melhoras em infraestruturas, com atendimento às coletividade brasileira.
Os resultados que verdadeiramente interessam ao nosso país, somente serão perseguidos e alcançados, caso se entenda – de maneira inequívoca – o papel de toda sociedade em preparar e utilizar quadros competentes que possam planejar e executar, para além das exigências esportivas; ações que representem o provimento de parcela de carências de nossa sociedade empregando-se o esporte como agente nesse processo. O esporte sozinho, não fará nenhum milagre, mas, a partir do momento em que a sociedade exigir de nossos governantes, quadros qualificados e comprometidos de gestores esportivos, a tendência é a de obtermos resultados muito mais próximos daqueles almejados. Isso tudo se inicia pelo processo eleitoral e que, coincidentemente, ocorre nesse momento, já que a escolha dos representantes da sociedade nos poderes executivo e legislativo desempenhará papel fundamental no cumprimento da tarefa que já é iminente.
Para se balizar uma discussão econômica inicial sobre reflexos da Copa do Mundo de 2014 sobre a captação de recursos no futebol brasileiro, estudos realizados pela auditoria Crowe Horwath RCS, preveem que o mercado brasileiro de futebol terá progressivo aumento das receitas, passando de R$ 1,9 bilhão em 2009, para R$ 3 bilhões em 2014. Projeções de crescimento tem sido registradas para a maioria dos esportes praticados no Brasil.
O “círculo virtuoso”, já mencionado, poderá possibilitar, também, a consolidação do Brasil no cenário esportivo, disseminando o esporte enquanto uma política de Estado e não apenas em compromissos transitórios de governos.
Assim, o ponto de partida para a consecução dos melhores objetivos é o início de conscientização sobre a relevância da gestão do esporte, ou seja, de todo o processo de planejamento e consecução de políticas públicas e privadas para o esporte, o que somente será passível de êxito, caso seja desenvolvido por gestores profissionais, qualificados e comprometidos com resultados sociais, para que se reflitam no verdadeiro desenvolvimento do Brasil.
Mas, qual o valor que a sociedade brasileira atribui à gestão profissional do esporte?
Paulo Henrique Azevêdo
Licenciado em Educação Física, mestre em Administração e doutor em Ciências da Saúde. Professor Adjunto IVda Universidade de Brasília, onde é coordenador geral da Escola Internacional de Futebol da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e credenciado nos Programas de Pós-Graduação em Educação Física e em Ciências da Saúde. É líder do grupo de pesquisa GESPORTE e presidente da Comissão Científica, da Associação Brasileira de Gestão do Esporte (ABraGEsp). Organizou e coordenou 27 eventos em nível internacional, regional e local.
Texto publicado conforme referência bibliográfica abaixo.
AZEVÊDO, Paulo Henrique. A Copa do Mundo de 2010 e os reflexos para o Brasil de 2014 e 2016. Revista da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília, Brasília, DF, ano 1, n. 1, p. 23-24, jun. 2010.
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